sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Momentos de Fé e sua importância

Momentos de Fé e sua importância principalmente quando retiramos proveito de contos que nos orienta como se fosse uma bussola da vida.


É o caso do conto abaixo.
Carol andava de um lado para o outro quando seu pai chegou para levá-la para a igreja. Ela estava maravilhosa vestida de noiva! Lembrava muito a mãe, pensou ele com os olhos marejados.
__ Não fique triste, papai! – Eu não estou deixando-o. Apenas vou me casar. E lembre-se: você está ganhando um filho, não é mesmo?
__ Espero sinceramente que sim, minha querida.
__ Agora vamos, papai, não quero chegar muito atrasada.
Durante o percurso, Carol, que estava no banco de trás do carro, percebeu que seu pai chorava.
__ Papai, não fique assim! Se o senhor continuar chorando, vai fazer com que eu chore também. Aí, vou borrar toda a maquiagem.
__Perdoe-me, minha querida! – Não quero deixá-la triste.
Ao chegarem à igreja, perceberam um grande alvoroço. Um policial aproximou-se e pediu para que Carol permanecesse no carro. Ela e o pai ficaram assustados. Queriam explicações.
De repente, ela vê Maurício, seu noivo saindo da igreja algemado. Viu quando o colocaram na parte traseira do camburão, fecharam-no e partiram sem nada dizer a ela e ao seu pai.
Manuela, uma das madrinhas de casamento da Carol, aproximou-se do carro e disse:
__ Sinto muito amiga. Jamais pensei que Maurício fosse um bandido. – Mas antes assim… Já pensou se você se casasse e só fosse saber tempos depois. “Há males que vêm para o bem”, já diz o ditado popular.
__ Mas eu não entendo, disse Carol. – O que Maurício fez, por que está sendo preso, de que está sendo acusado?
__ Calma, minha querida! Vamos até a delegacia averiguar os fatos. Não adianta ficarmos aqui parados. Certamente, ele não voltará para nos dar qualquer explicação.
__ Sim, papai! – O senhor tem toda razão. Mas não posso ir à delegacia vestida assim…
__ Claro, minha filha! – Passaremos em casa para que você troque de roupa.
No caminho de volta, quem não conseguia parar de chorar era Carol. O pai, com o coração aos pedaços, não a repeliu. Tinha consciência da dor que sua filha estava sentindo. Afinal, ela sempre sonhara com esse momento.
Ao chegarem em casa, Carol desceu às pressas do carro. Não queria que os vizinhos a visse naquele estado. Seu pai entrou em seguida.
Quando Carol entrou no quarto, encontrou tudo revirado. Deu um grito de horror.
Assustado, seu pai correu ao seu encontro. Não podia acreditar no que estava vendo. Tudo foi remexido. Até os travesseiros e o colchão foram rasgados.
__ Meu Deus! – murmurou o pai desconsolado.
Nesse momento, Carol tomou uma decisão:
__ Deixemos isso para resolvermos depois, papai. Agora vamos à delegacia. Preciso saber o que houve.
__ Tem razão filha. – vamos!
Carol pegou o primeiro vestido que encontrou no meio da bagunça, calçou uma sandália e acompanhou o pai.
Quando chegaram à delegacia, havia uma multidão de pessoas curiosas que foram da igreja para lá. Todos a olhavam com ar de piedade. Carol sentiu-se muito desconfortável com aquela situação, mas teve que enfrentar o desafio de encarar a multidão para obter respostas. Em sua mente passava um turbilhão de perguntas que só Maurício poderia responder. O delegado permitiu que ela falasse com ele, desde que acompanhada por um policial.
Ao olhar para Maurício, pareceu ver um homem completamente estranho. Havia frieza em seu olhar.
__ O que aconteceu? – Por que você está preso?
__ Ora, não enche! Já disse pro delegado que não vou falar nada sem a presença do meu advogado.
__ Então você tem advogado? O que você fez de tão grave?
__ Já disse pra não encher, falou!
__ Íamos nos casar, Maurício… Lembra-se? – Não acha que me deve alguma explicação? – Quem é você, afinal? Nem de longe se parece com o Maurício com quem convivi… Um homem amável, gentil, carinhoso…
__ Pois é, gata! A vida é assim… Nem sempre as coisas que planejamos dão certo. Eu tô “ferrado”, “sacou”?
__ Não consigo sequer imaginar o que está acontecendo. Pensei que você pudesse esclarecer. Mas já vi que de nada adiantou eu vir até aqui. – Pobre, papai! Está lá fora ansioso por notícias. Eu sempre disse que você seria como um filho para ele, mas vejo que tudo não passou de um engano. Um terrível engano. Uma vez que você não quer se abrir comigo, nada mais tenho a fazer aqui. – Adeus!
__ Vê se me esquece, falou!
Ao ouvir isso, Carol quase desmaiou. Sentiu uma dor tão profunda… Seu coração disparou, sua garganta deu um nó. Saiu sem olhar para trás. Suas pernas tremiam, suas mãos estavam geladas.
Quando seu pai a viu naquele estado, correu ao seu encontro para abraçá-la. A dor da filha era visível.
__ E então, falou com ele?
__ Ah, papai! Estou me sentindo um trapo. – Leve-me para casa, por favor!
__ Claro, minha querida!
Assim que entraram no carro, seu pai disse:
__ Espere aqui, vou falar com o delegado. Não terei paz sequer para dormir se não souber o que realmente está acontecendo.
__ Mas, papai… Maurício não…
__ Pouco me importa o Maurício! – Estou preocupado com você.
O delegado já havia dispersado a multidão. Aparentemente, estava tudo tranquilo.
O atendente avisou ao delegado que havia um senhor querendo falar com ele. Como estava ao telefone, pediu para que esperasse um pouco.
Assim que terminou a ligação, pediu para que o senhor entrasse.
__ Em que posso ajudá-lo senhor…?
__ Paulo. Paulo é o meu nome.
__ Acontece, delegado, que minha única filha ia se casar com esse cidadão que o senhor prendeu hoje na igreja. – Estou muito preocupado, pois não sei o que está acontecendo.
__ Bem, seu Paulo, sua filha se livrou de um grande problema. Maurício não é o nome verdadeiro daquele cidadão. Ele é um foragido da polícia. É boliviano e fugiu para o Brasil há alguns anos. Fez curso para aprender o Português. Tirou todos os documentos como brasileiro. Fez várias plásticas para não ser reconhecido. Encontrou no Rio a chance de recomeçar nos negócios. Esse homem é traficante de armas e todos os tipos de drogas. A polícia federal está atrás dele há seis meses, depois de receber uma denúncia anônima de seu paradeiro.
__ Mas ele sempre me pareceu um rapaz sossegado, de boa índole…
__ Sim, seu Paulo, ele é um verdadeiro artista. Tanto que, pelo que estou deduzindo, nem o senhor nem sua filha desconfiaram de nada. Agradeça a Deus por ela não ter se casado com aquele traste. Ela iria levar uma vida muito triste. Mulher de bandido vive insegura. Muitas vezes é obrigada a fazer coisas que não quer, é maltratada… O senhor me entende, não é?
__ Claro que eu entendo! Mas o senhor acha que ele ficará preso por muito tempo? Não corro o risco de ele voltar a procurar minha filha?
__ Se dependesse de mim e da polícia federal, ele iria apodrecer numa prisão de segurança máxima. Mas, nesse caso, ele terá que ser extraditado e cumprir pena em seu país de origem. Não acredito que ele irá importuná-los novamente, pois seu plano falhou. O que ele queria era formar uma família de “fachada” e continuar na criminalidade.
__ Bem, delegado, sendo assim, fico mais tranquilo. Mas permanecereiem alerta. Nuncase sabe do que essa gente é capaz.
__ Vá em paz, seu Paulo! – Qualquer novidade, é só entrar em contato conosco.
__ Muito obrigado! Espero não ser necessário. – disse seu Paulo ao sair da sala do delegado.
__ Papai, como o senhor demorou! – O que ficou sabendo? Por que Maurício está preso?
__ Querida, essa é uma longa e triste história… Quando chegarmos em casa conversaremos, está bem?
__ Ah, papai! Estou tão envergonhada… Todos os convidados, a vizinhança, todos estão me olhando com um olhar diferente. É como se soubessem de algo e sentissem pena de mim.
__ Não se preocupe com o que as outras pessoas pensam, filha. Pense em você, no seu futuro, na sua vida daqui pra frente.
Ao dizer isso, já estavam chegandoem casa. Aoentrarem, seu Paulo contou à Carol a conversa que teve com o delegado.
Carol sentiu-se traída, ingênua… Abraçou o pai aos soluços. Jamais passou por sua cabeça viver uma história tão triste. Sempre foi correta, trabalhadora, alegre e muito educada com todos.
__ Meu, Deus! Por quê?
__ Não sinta revolta, minha querida. Agradeça a Ele pela bênção recebida. Já imaginou como seria sua vida depois de casada?
__ É verdade, papai. – Mas não sei por quanto tempo essa dor permanecerá em meu coração. Há muitas coisas que não consigo entender…
__ Não tente entender, minha filha, apenas aceite os fatos. Deus encarregará o tempo de amenizar sua dor. Eu estarei sempre ao seu lado. Poderá contar comigo para qualquer coisa.
__ Ah, meu pai! – O que seria de mim sem o seu amor… Sempre cuidou de mim sem reclamar.
__ Ainda assim, não cuidei o suficiente para impedir que você sofresse.
__ Não se culpe, papai! – Eu fiz a minha escolha, o senhor apenas me apoiou como sempre fez. – Agora, vamos tentar virar a página. – Por onde começamos?
__ Que tal eu ajudá-la a arrumar seu quarto, colocar as coisas no lugar…
__ Boa ideia, papai! Assim não ficarei pensando no passado.
Ao entrarem no quarto todo bagunçado, Carol perguntou:
__ O que será que estavam procurando? Quem será que fez isso?
__ Ora, filha! No mínimo, a polícia federal aproveitou para revistar seu quarto enquanto íamos para a igreja. Afinal, aquele bandido passava boa parte do tempo aqui. Tinha livre acesso a tudo. Mesmo quando você estava no trabalho, ele sempre aparecia, dizendo que a esperaria ouvindo música no quarto. – Certamente, ele usava o som para que eu não o ouvisse falando ao telefone.
__ Meu Deus! Como nós corremos risco, papai! Só agora me dou conta do quanto estivemos expostos a tanto perigo. – Sequer sabemos qual era seu verdadeiro rosto nem seu verdadeiro nome.
__ Mais um motivo para esquecê-lo o mais rápido possível, não é mesmo?
__ Sim, papai! – Tenho muito a agradecer a Deus, e pedir a Ele que afaste todo e qualquer mal que de nós queira se aproximar; tornando-nos mais atentos, menos ingênuos. Espero que Ele leve o Maurício ou seja lá quem for, para bem longe de nós.
__ E este vestido de noiva, filha, o que pretende fazer com ele?
__ Vou doá-lo, papai. Só espero que a próxima a usá-lo tenha mais sorte que eu. – Não vou queimá-lo… Afinal, se não posso apagar o passado, não faz sentido destruir o vestido. Ele custou o suor do meu trabalho.
Esse conto foi referenciado Sandra Lamego no site sandralamego.com
Diga-se de passagem que em seu site tem muita lição de vida.



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